Farófias {com Leite Creme}

Farófias é daquelas sobremesas de sempre, e sem dúvida das minhas favoritas. Lá em casa a minha mãe sempre foi a artista das farófias. Eu confesso, que não gosto das as fazer, nunca gostei. É daquelas receias chatas, que requerem a nossa atenção a tempo inteiro, e onde escassos segundos podem fazer diferença. Não permitem também grandes invenções, que na verdade é o que mais me fascina na cozinha.
Sempre que posso fujo delas... de as fazer, claro. Descobri recentemente uma amiga dos convivios à volta da mesa, a Carla, que é eximia nas farofias...não posso dizer que seja melhor que a mãe, porque isso não se diz das mães... vá, estão ao mesmo nível... elevado, muito elevado. :)
A parte do leite creme é o calcanhar de aquiles... tem ponto certo para tirar do lume. Um segundo a mais, e o creme aveludado transforma-se em ovos mexidos com leite... e eu sei muito bem do que falo.
Desde que tenho a bimby, o trabalho passou a ser facilitado, e sem hipótese de falha. Continuo a aborrecer-me de cozer as claras no leite, mas já é meio caminho andado...
Devo dizer, que estas, se não fosse terem ficado um nadinha doces de mais (porque pesei mal o açúcar) teriam sido as melhores de sempre!
Nem gosto de me lembrar, que dá logo vontade de comer uma tacinha... e agora já não há! :(

Ingredientes:
12 Ovos
1,5 a 2 l de Leite
12 c.s. Açúcar + 200g
Casca de Limão
Pau de Canela

Método
1. separar as gemas das claras. Reservar as gemas.
2. Num tacho largo, levar ao lume brando, 1l de leite com o pau de canela e a casca de limão, sem deixar ferver.
2. Enquanto o leite aquece, bater as claras, com umas pedrinhas de sal grosso. Quando estiverem quase vai-se juntando as colheres de açucar, batendo sempre, até ficar um merengue bem firme.
Na bimby: com borboleta, cerca de 10 min, vel 3 1/2. A meio junta-se o açúcar pelo bucal.
3. Com o leite já bem quente, mas sem ferver, colocam-se colheradas grandes de merengue. 3 a 4 de cada vez. Assim que acabar de colocar a ultima, espera uns segundos, e vira as farofias pela mesma ordem que as colocou no leite. Espera mais uns segundos, e tira-as com cuidado, para um escorredor de rede, em cima de uma taça, para aproveitar o leite que escorra.
4. Repetir o processo até acabarem as claras, indo transferindo as farofias já cozidas para um pirex de servir, antes de tirar as próximas.
5. Terminada a cozedura, faz-se o leite creme:

Método tradicional:
Passam-se as gemas por um passador de rede, para retirar as peles. Junta-se os 200g de açúcar e mexe-se bem. Junta-se um pouco de leite frio, e deita-se o preparado em fio no tacho do leite, ao qual se acrescentou mais um pouco (cerca de 0,5l) que estará em lume brando, mexendo sempre com vara de arames, deixando engrossar, sem que chegue a ferver... (se ferver, é nesse ponto, que passa a ovos mexidos). Assim que engrossar retira-se de imediato do lume, e deita-se por cima das farofias, com muito cuidado.

Com bimby:
1. Ligar a balança. Deitar no copo o leite da cozedura, e acrescentar até fazer 1,5l.
2. Passar as gemas no passador de rede, juntar com o açúcar.
3. Colocar a bimby a trabalhar, vel 2 1/2, 90℃, 12 min. E deitar pelo bucal as gemas. Deixar cozinhar.
4. Terminado o tempo, deita-se o leite creme sobre as farófias.

Deixa-se arrefecer, colocam-se no frigorifico, e servem-se frias, polvilhadas com canela.

Bom Apetite e Bons "Postiscos"! 

Notas:
1. É importante o tempo de cozedura das claras. Se for demasiado, depois abatem e emborracham. Entre colocar no tacho, virar e tirar, levará cerca de 1 min, cada uma. De ter em conta, que enquanto estão quentes continuam a cozer, assim como quando se junta o leite creme quente.
2. O leite creme fica muito bom na bimby, não engranita nem talha, pois está sempre em movimento, e a temperaura não passa dos 90℃, a partir da qual os ovos talham.

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Obrigada!


Polvo no Forno {com Batatinhas e Bróculos}

Polvo é talvez dos moluscos mais apreciados cá de casa. Normalmente é usado em 3 receitas bem tradicionais, transversais a todo o nosso Portugal. Arroz de Polvo, Saladinha de Polvo, e Assado no forno, tipo "À Lagareiro".
Hoje tratamos da versão do forno. Nunca faço igual, depende dos ingredientes, da pressa e dos apetites 😜
Este ficou maravilhoso, super macio e tão aromático. Casou na perfeição com as batatinhas assadas e os bróculos cozidos ao vapor.

Ingredientes (Serve 3/4)
- 1 Polvo congelado (com mais de 1kg)
- Batatinhas novas para assar (3 ou 4 por pessoa)
- 1 Cabeça se bróculos
- Azeite de boa qualidade
- 5 Dentes de Alho
- 1 Molhinho de coentros
- 1 Molhinho de Salsa
- 1 Folha de Louro ( usei Aromas d‘ Oureana
- 2 ou 3 tiras mix de pimentos (verde, vermelho, amarelo)
- Sal
- Colorau q.b
- Vinagre, 1 c.s
- Segurelha seca (usei Aromas d'Oureana)

Método tradicional:
1. Colocar o polvo descongelado numa panela de pressão, apenas e só com um fio de azeite. Leva-se ao lume, e quando apitar, baixa-se para lume médio, e cozinha cerca de 30 minutos. 
2. No final do tempo, tirar, com cuidado a pressão à panela e verificar se o polvo está macio. Caso contrário, terá que cozinharvmais uns minutos.
Entretanto enquanto o polvo coze:
3. Pica-se finamente os dentes de alho, a salsa e os coentros. Deita-se numa frigideira pequena, e rega-se generosamente com azeite. Leva-se ao lume só até o azeite fervilhar, sem refugar. No final junta-se o vinagre, polvilha-se com colorau, mexe-se e reserva-se.
4. Lavam-se bem as batatinhas com casca. Faz-se um golpe em cada uma. Dispõem-se num pirex de microondas, sem se sobreporem. Polvilha-se com sal grosso (deve levar bastante, pois as batatas têm casca) e Segurelha, ou outras ervas a gosto. Tapa-se com película aderente, e fura-se toda a película com um garfo. Leva-se ao microondas, entre 5 a 8 minutos, até que as batatas fiquem cozinhadas. (ou cozem-se de forma tradicional, num tacho com água e sal, embora seja mais demorado e fiquem menos saborosas)
5. Retira-se o polvo, escorrendo bem, e coloca-se numa assadeira.
6. Junta-se a folha de louro partida ao meio, e os pimentos cortados em tirinhas bem fininhas.
7. Rega-se tudo com o molho reservado, e se necessário, com mais um pouco de azeite.
8. Leva-se ao forno, para corar.
9. Entetanto, cozem-se os bróculos a vapor, com um pouco de sal, num tacho com pouca água a ferver, ou no microondas.
10. Retiram-se as batatas do pirex onde cozinharam (pois terá excesso de sal no fundo, e com a palma da mão, apertam-se ligeiramente. Juntam-se noutro pirex, com os bróculos e regam-se com um fio azeite, ou com o azeite da assadeira do polvo.

Com bimby:
1. Cozer o polvo, como indicado acima, ou se preferir na bimby.
2. Fazer o molho, juntando todos os ingredientes no copo, excepto o vinagre. Picam-se, uns segundos, vel.5/6.
3. Baixam-se com a espátula, junta-se o azeite, e refuga, 3min. vel.2 temp.Varoma. Junta-se o vinagre. Reserva-se.
4. Sem lavar o copo, coloca-se 400 ml de água. Os bróculos no cesto, umas pedrinhas de sal, e cozinha,  5min. Vel.3. Temp.Varoma, ou até estarem cozinhados.
5. Cozinham-se as batatas no microondas, e termina-se o polvo conforme no método tradicional.
6. Embora mais demorado, também se pode cozer as batatas no cesto, com água e sal, cerca de 400 ml, e os bróculos na varoma, cerca de 20 min, vel 4, temp. varoma. depois de cozidas espalmam-se levemente, e junta-se ao polvo a cora

Serve-se o Polvo, com as batatinhas e os bróculos.

Bom apetite, e bons "Postiscos"!

Notas/Dicas:
1. Como repararam o polvo cozinha sem água nenhuma, nem sal.
O polvo já tem um grande teor de água, desta forma fica macio, com o sabor muito mais natural.
Os moluscos, ao contrario dos peixes, têm em si a quantidade de sal necessária. Como não juntamos água na cozedura, fica sempre no ponto.
2. As batatas assadas no microondas ficam óptimas, macias e preparam-se muito mais rápido.
Se pretenderem que fiquem também coradinhas, basta levar uns minutinhos ao forno, depois do microondas, ou juntas com o polvo.
São um excelente acompanhamento, também para outros pratos de peixe ou carnes.

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Obrigada!



Ervas aromáticas secas utilizadas neste prato, dos Aromas d'Oureana, parceiros do Pão com Chocolate

1 Ano de Blogue ❤ Obrigada!


Bom dia cozinheir@s! Hoje é dia de aniversário. Yeahhhh 
Há exactamente um ano atrás, decidi que devia criar uma espécie de livro de receitas digital que estivesse sempre acessível, onde pudesse escrever todas as minhas aventuras culinárias. Nada contra os livros ou cadernos de receitas, mas lá por casa são já tantos, que precisava de uma organização diferente. Então e porque não criar esse "livro" e partilhá-lo publicamente!?! 
Se assim pensei, assim o fiz. Sem a mínima ideia de como se fazia um blogue... Agarrei-me ao google e quando dei por isso, tinha um blogue. Ainda que sem perceber muito bem o que isso queria dizer. Mas já estava. Depois, aos poucos, sozinha fui tentando melhorar a sua imagem e funcionalidades... Tem sido uma aventura fantástica que me tem feito prestar atenção a pormenores, preocupar com a apresentação dos pratos e pensar na forma de os escrever... tarefa difícil, para quem gosta de escrever sempre estilo resumo e por tópicos, o quanto baste. Também neste campo tem sido uma aprendizagem e um desafio.

Ainda não está como idealizo. Não tenho formação nenhuma em web design, marketing ou algo que se pareça... Sou Eng.ª Civil, onde a disposição de pilares, vigas e armaduras é o mais parecido que temos com estética e organização...  Se calhar um dia destes tenho que procurar ajuda profissional à séria... :) Depois também não tenho uma máquina fotográfica em condições, ou uma cozinha, ou um espaço decente para fotografar... enfim... (Se tivessem ideia do tamanho da minha cozinha, viam que às vezes o que sai de lá são verdadeiros milagres. Até eu fico espantada!) Ainda assim, só posso estar orgulhosa de mim, e muito grata a quem me segue.

55 receitas publicadas, concursos de culinária, workshops à mistura... mais de 21000 visualizações, 1750 seguidores no facebook! 
É certo que, estes números são "peanuts" ao pé dos milhentos maravilhosos blogues de culinária que por aí há, que eu sigo com paixão e às vezes um bocadinho (muito pouco) de inveja, vá...confesso :), mas sãos enomes para mim. São a minha conquista, o resultado do melhor que tenho dado de mim, para vocês.
Sabe muito bem, ouvirmos elogios ao que fazemos e, perceber que as minhas receitas servem de inspiração a outras cozinhas... Compensa tudo!
Não procuro vir a ser uma super mega blogger, prefiro deixar acontecer e ir saboreando os pequenos sucessos, resultado do que faço com paixão e muita vontade.

Enquanto assim for, estarei por aqui! 

 O B R I G A D A 

Como forma de agradecimento, o Pão com Chocolate, tem para vós 
um passatempo cujo prémio será UM Cabaz de Produtos 
gentilmente cedidos por alguns dos parceiros do blog
- 1 embalagem Gumelo original;
- 1 pack de 5 produtos de arroz Orivarzea S.A;
- 1 pack de 3 ervas aromáticas secas da Aromas d'Oureana;
- 1 vale desconto 100% em compras Dulcis, Lda

O Passatempo será gerido pela página do Pão com Chocolate no Facebook, e para concorrer deves:

1. Gostar da pagina Pão com Chocolate e seguir o bolgue, clicando no botão azul na barra lateral "Aderir a este Site"
2. Gostar dos parceiros, nas suas páginas de facebook Gumelo, OrivarzeaAromas d'Oureana e Dulcis
3. Comentar o post original  do passatempo, este, identificando dois amigo (linkando os seus nomes)
4. Fazer uma partilha pública do post original no teu mural de facebook.

Regulamento:
- Cada participante só pode concorrer UMA vez!
- O Passatempo é válido apenas para Portugal Continental.
- A cada participação será atribuído um número #...
- Serão validadas participações até às 23h59 do dia 31 Janeiro que cumpram os requisitos acima.
- O sorteio realizar-se-à aleatoriamente, com base no número atribuído, através de sistema random, no dia 1 de Fevereiro, e será publicado na página do "Pão com Chocolate".
- Depois de identificado o vencedor, este deverá entrar em contacto por mensagem privada, via facebook, para a entrega do cabaz.

Participa já. Boa Sorte! :)



Arroz de Tamboril {e Camarão}

No Alentejo Litoral, onde vivo, o peixe fresco é uma constante. Temos a sorte de estarmos "à beira mar plantados" e com uma extensão de mar sem fim à vista. Maravilhoso nas praias que nos permitem banhos paradisíacos, e farto na variedade de peixe que nos oferece.
Só por curiosidade, sabiam que o concelho de Grândola têm a maior extensão de praia do país e a 3.ª maior do MUNDO em extensão de areal continuo? Verdadinha! Meus senhores, são precisamente 45km ... De Melides à Península Tróia é TUDO praia. Águas de revoltas a calmas, um azul transparente que nos remete, muitas vezes às caraíbas (ok, a água é fria, mas isso é um à parte...)
Por estas bandas, não há motivo para não comer peixe. Desde simplesmente grelhado, a caldeiradas, massas e arrozes, etc... são iguarias que não faltam nas nossas mesas e nos restaurantes da região.
Hoje trago exatamente um desses pratos. Um arroz cremoso, caldoso em que um dos peixes da nossa costa é Rei. Tamboril. O tamboril deve ser dos peixes mais feios que há, coitado, mas é tão bom. Tem uma textura firme, uma cor branquinha e um sabor inexplicável. 
Não é um peixe adequado para grelhar, mas é perfeito para este tipo de pratos.
Cá fica a minha versão. 
Espero que gostem, e se deliciem.

Arroz de Tamboril e Camarão

Ingredientes (Serve 4):
- 1 tamboril fresco (ou dois lombos congelados)
- 8 camarões 30/40
- 200g miolo de camarão grande (20/30) (uma embalagem pequena)  - opcional
- 1 cebola
- 3 dentes de alho
- 4 tomates maduros (ou 1 lata tomate pelado)
- 1 tira de pimento verde
- 1 tira de pimento vermelho
- 1 molhinho de coentros frescos
- 1 folha de louro
- arroz carolino (usei Bom Sucesso da Orivarzea)
- sal q.b
 -hortelã - opcional

Método:
1. Arranjar e limpar o peixe de peles, cortando-o aos pedaços. Cortar também os figados aos pedacinhos (caso tenha). Temperar o peixe com sal e reservar.
3. Arranjar os camarões, descascando o corpo, mas deixando a cabeça e cauda. Corta-se as "barbas". Reservar.
2. Picar a cebola e os dentes de alho, juntar num tacho largo (usei o meu Le Creuset maravilhoso :) ) com azeite, a folha de louro, os pimentos aos cubinhos e um pouco de coentros (quando tenho dos caseiros, gosto de usar os talos e as folhas mais fininhas quando os coentros começam a espigar). Levar ao lume a refugar.
3. Entretanto arranja-se o tomate, limpo de peles e sementes, e pica-se. Junta-se ao refugado. Se tiver a usar tamboril fresco, que traz os fígados, nesta altura junta-se também parte dos fígados aos bocadinhos.Cozinha cerca de 10 minutos, mexendo de vez em quando.
4. Assim que esteja cozinhado, fora do lume tira-se o louro, e com um varinha mágica tritura-se o cozinhado. (incluindo os pimentos e os fígados).
5. Volta ao lume, acrescenta-se água (cerca de 1 medida da que usar para o arroz), e assim que ferver, junta-se o peixe, e deixa-se cozinhar, cerca de 10 minutos, até o peixe estar.
6. Retira-se o peixe para uma travessa, reserva-se tapado de forma a manter-se quente.
7. Junta-se o arroz (cerca de uma chávena, depende da quantidade que cada pessoas coma), e deixa-se absorver os sabores, mexendo sempre.
8. Junta-se água a ferver, 2 a 3 chávenas e rectifica-se o sal. (no total deverá ter-se junto cerca de 4 chávenas de água. Não esquecer a já adicionada para o peixe cozer. Eu prefiro não por em excesso, e conforme o arroz vai cozendo, vai-se juntando mais um pouco de água, sempre a ferver)
9. Ao fim de 5 minutos, junta-se o camarão (inteiro, e miolo, descongelados), e deixa-se terminar de cozinhar, mexendo com cuidado, retificando se necessário a quantidade de água, de forma que o arroz depois de cozinhado fique ligeiramente caldoso, mas cremoso. No total, desde que se junta o arroz deve demorar cerca de 10 minutos. O arroz não deve cozer demasiado, ficando o bago ligeiramente rijo.
10. Tira-se o tacho do fogão, polvilha-se com coentros picados, uns raminhos de hortelã (opcional) e tapa-se, deixando repousar cerca de 5 minutos, para o arroz terminar de abrir.
Serve-se de seguida com o peixe reservado.

Bom apetite e bons "postiscos"!

Notas:
- O arroz usado deve ser carolino, pois é o arroz adequado a pratos caldosos. Tem um bago mais arredondado, com mais goma, que deixa os caldos cremosos, e quando abre, se tiver no ponto não espapassa.
- Os figados do tamboril, triturados, dão uma textura e sabor incríveis. No entanto pode perfeitamente fazer-se este prato sem eles, por exemplo de usar tamboril congelado.
- Quando uso tamboril congelado, gosto de comprar os lombos inteiros (Os do Lidl, em avulso são muito bons). O que é vendido embalado e já aos cubos, normalmente são as pontas e abas prensadas, às vezes fibroso e pouco saboroso.


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Arroz Carolino Bom Sucesso, da Orivarzea (parceira do blogue)

Açorda Alentejana {com Feijão Frade}

Açorda d'Alho, Açorda Alentejana, Sopas de alho e coentros... As designações são mais que muitas, e as formas de fazer são outras tantas...
É de certeza a Açorda mais famosa do Alentejo.
O princípio base é sempre o mesmo...
E dele nasceu até uma "Moda" Alentejana... Cujo verso principal é
"... É fácil fazer
Dá pouco trabalho
É água a ferver
Coentros e Alho..."
E está quase tudo dito!!!
De facto a versão mais simples, e talvez a original, não era mais que alhos macerados com coentros, sal e azeite, ao qual se juntava água a ferver e pão duro fatiado.
Era muitas vezes o "mata-bicho" e a refeição de quem trabalhava no campo....
Com o tempo, este caldo foi sendo enriquecido, e pode ser feito com a água da cozedura de bacalhau, peixe, ovos...
Há quem junte poejos, pimento verde, vinagre... Etc
Na verdade são todas boas. Um caldo inigualável, reconfortante, e que acompanhado do peixe e/ou ovos faz uma refeição completa.
Vou deixar-vos o meu modo de fazer... E confessar-vos o meu "segredo"...
Eu sempre adorei esta açorda, mas sempre me caiu muito mal. O facto dos coentros e alhos acabarem por ficar só escaldados em vez de cozinhados, não me fazia bem... Então experimentei a ferver primeiro o azeite, e foi remédio santo. Lá em casa não se faz de outra forma.
Esta versão, é com feijão frade, em que além de aproveitar a água do bacalhau, usa-se também a água da cozedura de feijão frade...
No Alentejo, tudo se aproveita. E digo já que esta é a Açorda preferida lá de casa.


Vamos a ela

Ingredientes:
(Serve 4)
- 4 pedaços de bacalhau
- 5 ovos
- 4 dentes de alho
- um bom molho de coentros frescos
- uma tira de pimento verde
- 6 a 8 c.s. azeite
- Vinagre q.b.
- Água de cozer feijão frade, com alguns feijões
- sal q.b
- pão alentejano duro

Método:
1. Coze-se o bacalhau em água abundante.
2. Entretanto arranja-se os coentros, picam-se os dentes de alho, e corta-se o pimento verde em pedacinhos.
3. Deitam-se num almofariz, com um pouco de sal (o sal ajuda à maceração) e esmaga-se com o pilão até ficar uma pasta.
4. Num tachinho ou frigideira pequena leva-se o azeite ao lume. Assim que fervilhar, e já fora do lume, junta-se o macerado e deixa-se repousar. Atenção que não é para refugar.
5. Quando o bacalhau estiver cozido, retira-se para uma travessa e reserva-se.
6. Na mesma água escalfa-se um ovo por pessoa. Retiram-se, e reserva-se junto ao bacalhau.
7. Junta-se à água, o caldo do feijão frade e alguns feijões, deixa-se ferver.
8. Entretanto deita-se o azeite, que já estará morno numa taça grande de servir e junta-se uma gema de ovo, e um pouco de vinagre. Mexe-se bem.
9. Deixa-se a água a ferver, mexe-se, prova-se o caldo, retifica-se o sal, e o vinagre a gosto.
10. Junta-se o pão aos cubos, e serve-se acompanhada do bacalhau, dos ovos, e se tiverem umas azeitonas.


Notas:
- a gema de ovo no caldo, torna-o mais aveludado e encorpado. Pode ser dispensada.
- gosto mais do pão aos cubos, pois como é um caldo mais aguado, se forem fatias finas, embebem o caldo muito rápido e espapaçam.
- o vinagre, o feijão frade e o pimento verde também são opcionais.

Bom apetite e bons "postiscos"!

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Obrigada!

Tarte de Lima e Romã

 A época de festas parece não ter fim... Natal, Ano Novo, e hoje, Dia de Reis.
 Comida, mais comida, doces, mais doces... Mas afinal, também o que é que levamos desta vida que não seja o convívio, a partilha e os momentos com amigos e família? 
Assim sendo, hoje, dia de festa não podia deixar de vos apresentar uma proposta de sobremesa, tá claro!
Esta tarte, não é típica do Dia de Reis, mas é bem leve, fresca, e a opção menos má, para quem já começou a resolução de 2016: Dieta. Leva romã, que é o fruto dos Reis, logo é mais que apropriada.
Esta receita surgiu no workshop que fiz em Outubro 2015. O tema era "Açordas Alentejanas e Petiscos", e em cada dia era suposto haver pelo menos uma entrada, uma açorda e uma sobremesa.
Ora sobremesas alentejanas, de rápida execução porque o tempo não era muito, não foi fácil.
Então tentei criar receitas de sobremesas, que embora não fossem típicas alentejanas, tivessem pelo menos ingredientes da época e da zona.
Assim surgiu esta tarte de lima e romã... Imaginei-a, testei, e resultou tal como esperava. Fez sucesso, é perfeita, para quem gosta de sobremesas frescas, leves, pouco doces e com um travo de limão/lima.
Rapidíssima de preparar, e com uma apresentação bastante apelativa.

Espero que gostem. Um feliz Dia de Reis. 

Tarte de Lima e Romã

Ingredientes:
1 Pacote de bolacha maria
50/100 g Cornflakes sem açúcar
50/70 g margarina derretida
400 ml natas  bem frias
1 lata leite condensado magro
1 Limão
1 ou 2 Lima
6 folhas de gelatina
2 ou 3 romãs descascadas


 Método:
1. Colocar as folhas de gelatina numa taça cobertas com água fria, para hidratar. Assim que amolecerem, escorre-se água, e leva-se ao micro-ondas uns segundos para diluir. Mexe-se e deixa-se arrefecer um pouco.
2. Num robot de cozinha, picar a bolacha maria com os cornflakes. (Bimby: 2 ou 3 toques de turbo). 
3.Colocar numa taça, juntar a margarina derretida e misturar bem, de forma a ficar uma massa areada, mas bem húmida.
4. Forrar o fundo de uma tarteira grande de fundo amovível com a mistura e calcar bem, de forma a ficar compacta. Reservar.
5. Bater as natas (que devem estar bem frias. Eu coloco cerca de 30 min. no congelador) com batedeira em velocidade máxima, com umas gotas de limão. (Bimby, 1 a 2 min, vel. 3 e 1/2, com borboleta). Assim que começarem a ficar fofas, e enquanto se bate vai-se juntando o leite condensado, o sumo de limão, da lima e a raspa das cascas, a gosto.
6. No final, sempre a bater, junta-se em fio a gelatina diluída.
7. Junta-se ao preparado parte dos bagos de romã (reservar alguns para a superfície)  e envolve-se.
8. Deita-se na tarteira, alisa-se a superfície e vai ao frigorífico umas horas até firmar.
9. Antes de servir polvilha-se com os restantes bagos de romã, e raspa de limão ou lima, a gosto.

Bom apetite e bons "Postiscos"! :)

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Rabanadas no Forno

O primeiro post do ano, vai para o desafio do "Dia Um ... Na Cozinha"!
A princesa cá de casa, pediu para o pequeno almoço tardio de hoje, fatias de ovos. Ou seja rabanadas!!!
Depois de tantos excessos da última semana, fazer fritos logo ao acordar estava fora de questão!!!
Mas também não podia deixar de satisfazer o primeiro desejo de 2016 de uma criança de 8 anos, pois não?
Então de imediato, me lembrei de ter visto uma receita de rabanadas no forno, num dos meus blogues favoritos, que me ficou debaixo de olho! Mesa Corrida, é a sua designação. Adoro. Parabéns à Paula, a sua autora e quem desejo a continuação de sucessos culinários.
Assim, juntei dois em um, e com está receita participo na edição deste ano do "Dia Um ... Na Cozinha" cujo tema é rapinanço de receitas desta época a outros blogues participantes.
Um feliz 2016 a todos que me seguem, em especial a todos os bloggers, que de coração partilham as suas receitas, e que tal como eu, acreditam que só com a partilha podemos crescer mais e fazer com as nossas tradições e receituário perdure no tempo.

Rabanadas no forno
(Receita adaptada do blogue Mesa Corrida)


Ingredientes:
- 6 fatias de pão alentejano de massa fina a, de preferência com 1 dia ou 2, com cerca de 1,5 cm de espessura

- 0,5 l de leite

- 2 ovos, batidos

- 1 pau de canela

- 2 cascas de limão
- 1/2 saqueta de açúcar baunilhado
- 1 colher de sopa de açúcar
- manteiga para untar
- açúcar mascavado para polvilhar
- canela em pó para polvilhar


Método:
1. Num tacho pequeno, junte o leite, os ovos, o pau de canela, as cascas da limão, o açúcar baunilhado  e uma colher de sopa de açúcar. Aquece sobre lume brando, sem deixar ferver.

2. Unte uma assadeira com manteiga e polvilhe generosamente com açúcar e canela em pó. Coloca as fatias de pão e rega com o leite quente. Deixa repousar durante umas horas, ou mesmo durante a noite. (Por aqui só teve tempo de repousar aí uns 30 min. Foi até o pão absorver o leite)

3. Coze as rabanadas no forno pré-aquecido até douraram. Vira-se e deixa-se dourar do outro lado.


Servem-se ainda quentes, polvilhadas com açúcar e canela.

Bom apetite e "Bons Postiscos"!


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